sexta-feira, 19 de setembro de 2014

'DICIONÁRIO LULA', DE ALI KAMEL, JORNALISTA, DIRETOR GERAL DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO. NESSA ÉPOCA, ERA UM JORNALISTA INTERNACIONAL!


No texto abaixo, chamo o ALI de Ari Kamel, na verdade, ALI KAMEL:

Vejam o que ele escreve, de várias outras das suas impressões sobre esse grande Lider:

"O Lula que emerge destas página é um comunicador sem igual, um homem que vê o mundo a partir de sua experiência concreta de vida, de uma maneira que salta aos olhos; coerente, mas com incoerências importantes, um cidadão que preza os valores tradicionais da família e de Deus; um filho legítimo do CAPITALISMO que almeja para os outros a mobilidade social que conseguiu para si (quando se tornou torneiro mecânico); um CONCILIADOR, cujo objetivo, ao menos no nível da retórica, é alcançar a harmonia entre os polos extremos da sociedade, tendo, para isso, como principal instrumento, políticas assistencialistas. Essas características estão presentes em todos os verbetes'.
 
Vamos aos verbetes ressaltados por ALI KAMEL:
 
'Isso me lembra uma vez, em que eu estava numa comissão em que a Benedita era candidata - acho que a prefeita do Rio de Janeiro ou governadora  - e fui fazer um discurso sobre reforma agrária. Eu falei com tanta força o discurso da reforma agrária, e gritando tanto que, quando eu desci, uma velhinha falou assim para mim: 'Lula, dá para você falar mais devagar? Você pode dizer a mesma coisa: 'Eu vou fazer reforma agrária'. Eu entenderia. Mas você gritou tanto que me assustou' (a partir daí Lula declarou que passou a falar 'com menos raiva', sempre lembrando da velhinha!).
 
"O papel do presidente da República é não perder a paciência nunca. Qualquer cidadão pode ficar nervoso, pode xingar. Toda vez que eu fico meio nervoso, a Marina é a primeira a me chamar a atenção: Você não pode, você é o presidente da República, você tem que contar até dez antes de falar'. então, eu nunca, eu nunca...muitas vezes, por mais que eu esteja irritado ou nervoso, eu não posso dizer tudo o que eu penso em função do cargo em que eu estou e porque também sei que o povo não gosta de um presidente que fica gritando, que fica berrando. O povo quer um presidente que converse com ele com a tranquilidade com que uma mãe conversa com o seu filho, com que um pai conversa com o seu filho, com respeito'. (o esforço para não explodir..).
 
'Eu fico sempre fazendo as minhas imagens, as metáforas, que muitas vezes a imprensa não gosta, porque ela preferia que eu citasse grandes personalidades do mundo intelectual, e eu prefiro citar jogador de futebol, pé de laranja, 'pé de coisa', é o que eu acho que o povo brasileiro entende melhor' (Lula adora falar por metáforas de fácil entendimento, que remetam ao dia a dia das pessoas: a casa, a família, o trabalho, o futebol, a luta pelo ganha pão).
 
"Mas o Brasil é assim. Quando a gente vê uma coisa dessas, eu fico com a impressão que é uma semente que a gente planta. E o pessimista passa perto: 'ah, não vai dar nada, não estou vendo nada, não está acontecendo nada. E você está lá, todo dia, pondo um pouquinho de água, regando aquilo, tirando as ervas daninhas que ficam ali perto, como azarão, não deixando dar certo. E aí, nasce o primeiro, brota, vem um galhinho. Ah, mas ele não vai dar nada, ele é mito fraquinho, não sei das quantas, está tudo errado e tal'. Até que a gente possa tirar um fruto e colher o resultado daquilo que foi plantado'. (falando do tempo de maturação para um projeto do governo ficar pronto!).
 
"Como, às vezes, nem todo mundo entende palavras difíceis, eu prefiro utilizar coisas do dia a dia, que nós dizemos. E é por isso que sempre trato a arte de governar como a arte de criar uma família. Parece fácil criar uma família, mas o mundo está cheio de irresponsáveis, homens ou mulheres que não conseguem criar uma família. Está cheio de gente que não consegue cuidar da educação correta dos filhos, que não consegue fazer o mínimo necessário que todos nós deveríamos fazer e uitas vezes não fazemos. Então, o desafio de governar é exatamente esse, é a gente poder fazer as coisas simples com a precisão que a sociedade precisa, fazer com que o Estado esteja a serviço da comunidade e não a serviço de uma minoria, como historicamente sempre esteve no nosso país. Tudo isso não é fácil de ser construído, é muito mais fácil falar, e aqui eu estou vendo muita gente boa de discurso. Quando vocês namoravam ,o sujeito contava para vocês: 'Eu faço isso, eu faço aquilo, vamos fazer aquilo e tal". Vocês casaram e o 'isso' ou 'aquilo' não era tanto quanto se queria, muita gente não teve a casa de praia que sonhou, não teve o carro que sonhou'. (explicando o seu modo de discursar e imediatamente coloca-lo em prática é uma atitude recorrente de Lula, desde o início do mandato).
 
"Eu nunca encontrei uma pessoa que me cobrasse alguma coisa imediata. Todas as pessoas sabem que se requer um tempo. E nós precisamos apenas ter paciência para esse tempo. É como se nós tivéssemos um filho com febre e quiséssemos mudar de médico e de medicamento. E, entre um médico e outro, esse filho tivesse febre. Você, talvez, tivesse que dar o mesmo medicamento que foi a razão pela qual você tirou a criança do médico'. (Alusão à família).
 
'Governar é como uma maratona. Você não pode começar a 80 por hora, porque o seu fôlego pode acabar na primeira esquina' (sobre a pressa em fazer as coisas sem planejamento!)
 
"Vamos fazer distribuição de renda, porque, nos últimos trinta anos, se vocês pegarem todos os indicadores sociais, vão perceber que a massa salarial é como se a gente estivesse fazendo um cardiograma de um defunto, ou seja, não se mexe nos últimos trinta anos, o que é um crime contra este país' (alusão à morte para falar do descalabro do passado contra o povo pobre e miserável deste Brasil!).
 
"Se você não tem dinheiro para fazer uma obra, todo mundo compreende. 'Ora, não tenho dinheiro para fazer uma obra. é como um marido ou uma dona de casa dizer: 'não tenho dinheiro para comprar uma televisão' (alusão à vida a dois).
 
"Será que alguém neste país imagina que eu não tenha vontade de  reduzir os juros com uma medida provisória? Agora,  há fragilidade. Isso é como um doente : se a pessoa está frágil, você não pode nem tira-la do lugar, nem transporta-la para um hospital melhor' (respondendo as críticas por que ele não baixava os juros em uma tacada só!).
 
Gostaram, amanhã , novamente, novos verbetes! MAS, A PERGUNTA: QUEM MUDOU: ALI KAMEL, REDE GLOBO OU LULA?
 
Repito-lhes: quem ler esse fantástico 'dicionário Lula', sem dúvida, por mais inimigo que seja dele, mudará de ideia!

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