quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ALI KAMEL, HOJE DIRETOR GERAL DA REDE GLOBO, ESCREVEU UM LIVRO COM 875 PÁGINAS, SOBRE LULA, DO OPERÁRIO AO PRESIDENTE DO BRASIL, ATÉ 2009, EM FORMA DE DICIONÁRIO, COM O TÍTULO 'DICIONÁRIO LULA: UM PRESIDENTE EXPOSTO POR SUAS PRÓPRIAS PALABRAS'



A mídia, na época, quase não deu referencia a esse fantástico livro que nos dar uma radiografia do Lula, baseado em seu jeito de ser, como homem, pai de família, irmão, companheiro, político, etc.. Foi um fantástico trabalho de pesquisa, onde, somente agora, tomei conhecimento. Já escrevi alguns textos sobre ele, nas últimas semanas, transcrevendo alguns verbetes ditos por Lula e comentários do Ali Kamel. Vamos a mais uns:

Rodrigo Elias, responsável-chefe pela pesquisa: ' Com a ajuda de programas de computador, Kamel fez um levantamento das palavras mais usadas por Lula desde a sua posse em janeiro de 2003 até o fim da pesquisa para este livro, em março de 2009. O resultado é uma obra de referência que tanto pode ser lida sequencialmente como por verbetes, escolhidos conforme o interesse de cada um'.

De posse desse material, o leitor pode acompanhar as opiniões emitidas pelo presidente sobre diversos assuntos, o que lhe permite ter uma visão crítica mais fundamentada, como escreve Ali Kamel na sua minunciosa análise que antecede  o dicionário propriamente dito: 'LULA É COERENTE AO LONGO DO TEMPO? LULA TEM, SOBRE UM MESMO TEMA, IDEIAS OPOSTAS, DEPENDENDO DO PÚBLICO PARA QUEM ESTÁ DISCURSANDO? ELE SE SENTE CONFORTÁVEL DIANTE DO CAPITALISMO OU SE MOSTRA COMO UM SOCIALISTA DE CARTEIRINHA? EM QUE SE APOIAM AS SUAS OPINIÕES, AVALIAÇÕES, CONCEITOS, CONCLUSÕES, AFIRMATIVAS, CERTEZAS? OU AINDA: HÁ ALGUMA BASE DE ONDE TUDO ISSO PARTE? Quais são as suas formas de construir um discurso e de comunicar esse mesmo discurso? Enfim, se há uma resposta a todas essas questões, ela não é possível sem um mergulho profundo em suas palavras. Não há outro jeito, nunca há'",  Ali Kamel.

Verbetes do Grande Estadista Lula:

. A política é medida não apenas pelo desejo, mas pelo espaço de tempo em que a gente mede se é possível ou não fazer as coisas. É como pular na água para nadar: ou você está preparado para atravessar, ou você não entra na água, ou você corre o risco de morrer afogado' (alusão à prudência inata ao ser humano):

. ' Fazer política econômica é como se a gente tivesse um médico em uma sala de cirurgia, o paciente deitado para operar, e cinquenta do lado de fora, gritando 'olha, corta aquele pedaço, tira aquele pedaço ali, corta aquela tripa' (alusão aos cuidados médicos):

.'Ser presidente da República é como ser um maestro de orquestra: você não tem que saber tocar todos os instrumentos, você tem que entender de partitura, de música, de saberr coordenar' (alusão à música para comparar com a maneira de gerir as coisas públicas);

'Nós saímos da turbulência, saímos do vendaval. É como você chegar numa cidade depois de um furacão. Até consertar tudo, limpar, colocar a casa em ordem para começar a voltar a funcionar com normalidade, tem um tempo e nós fizemos isso com tranquilidade' (alusão ao desastres naturais para justificar as turbulências na gestão pública);

'Você tem que ver, na reunião dos ministérios, como é que estão as palavras. Agora tem 'transversalidade'; tem 'estruturantes'' (falando da importância da linguagem popular para que o povo entenda melhor, fazendo gozação aos que usam palavras difíceis que o povo não entende!):

'Eu digo sempre que, muitas vezes, um governante, ele não será  medido pela sua passagem pelo governo, pelas grandes obras estruturantes que  ele fez, porque muitos não fizeram nenhuma, ou seja, muitas vezes o padrão de relacionamento que se estabelece entre Estado e sociedade, Governo e sociedade, pode ser muito mais importante do que o resultado da obra' (alusão ao jeito de se governar, ouvindo o povo, entendo a sua linguagem, ao invés de se fazer grandes obras, porém, distante do povo);

Essa é do Ali Kamel: Ao longo dos anos, Lula alargou o seu repertório de palavras consideravelmente, a ponto de ele ter hoje um vocabulário equivalente ao de uma pessoa que cursou a universidade. E essa é minha: ainda há gente que o chama de 'analfabeto'!

Continuando os verbetes:

. ' Então, eu digo e repito sempre: eu sou filho de uma mulher que teve oito filhos, teve doze, quatro morreram, ficaram oito vivos, eu sou o caçula dos homens, e eu fui o  primeiro filho da minha mae a ter um diploma primário., fui o primeiro filho a ter uma televisão, a ter uma geladeira, a ter um carro'(alusão a necessidade de se lutar, de não ficar esperando as coisas acontecerem, como, também, mostrando a força familiar):

. 'Quero repetir o que venho martelando nesses último dez meses a responsabilidade de vencer a miséria neste País, de garantir que as pessoas tomem café, almocem e jantem, de garantir que as pessoas possam fazer o ensino fundamental e depois prosseguir nos seus estudos, de garantir que todas as pessoas tenham acesso a um bom sistema de saúde não é apenas responsabilidade do Goveerno' (alusão de que não se deve esperar somente do governo, mas, também, esforço de todos);

'Eu conheço caso de meninas que perfuraram o útero com agulha de fazer tricô. Eu conheço casos, na Bahia, e em outros estados do Nordeste, em que meninas colhiam fuligens no fogão de lenha, achando que aquilo poderia resolver o problema da sua gravidez' (alusão ao fato das meninas pobres ficarem grávidas e não possuírem apoio do governo, uma de suas preocupações, inclusive, no combate a gravidez precoce!);

'Quem mora numa grande cidade ou numa cidade média, fora do mangue, simplesmente não conhece o que é uma palafita. Mas eu já vi mulher com uma estaca de pau grudada na costela, que perfurou o seu útero e matou o seu filho. É o tipo de moradia mais degradante que pode existir' (alusão ao seu programa de governo para habitação);

'Pense no cabra (ele próprio se referindo) que , um dia, saiu dessa rua Auriverde e foi morar na rua Verão, numa casa nova, com cheiro de tinta, em junho de 1965. E, em janeiro de 1964, acordou meia noite, com rato  disputando espaço com barata, com merda boiando na ponta do nariz, com água batendo no colchão, e teve que se levantar à noite para levantar o colchão, para levantar a mãe, para tirar as irmãs'  (alusão ao seu programa de saneamento básico do seu governo):

'Só é contra quem não sabe o que é carregar uma lata d'água na cabeça por quatro ou cinco léguas (referencia a sua mãe e a eles no sertão pernambucano). Só é contra quem não sabe o que pegar um pote dágua cheio de barro, de merda de animal, de caramujo, levar para dentro de casa, colocar para assentar e ficar tomando aquela água barrenta cheia de caramujo para pegar doença, para apodrecer os dentes, para pegar verminose. então, quem tem água Perrier na geladeira pode até ser contra' (falando da seca do norte-nordeste do Brasil, do sofrimento do seu povo! Essa é minha: hoje, os habitantes de São Paulo estão passando miséria, claro, o povão, não a turma dos bairros bilionários; no Rio Grande do Sul; Paraná; e, Santa Catarina);

'Vou fazer porque sei o que é ir buscar água num açude e ficar separando cocô da água - cocô de cavalo, cocô de cabrito - para pegar água numa canequinha, colocar num pote, deixar assentar, para depois, no dia seguinte, tomar um  metro de barro dentro da água com caramujo. Eu sei, porque eu já bebi, sei porque já fui buscar água em açude' (defendendo a transposição do Rio São Francisco).

Pois é, minha gente, esse é o LULA, homem, pai de família, amigo, político, gestor, etc. onde, não tenho dúvidas, desmoralizará muitas teses defendidas por essa elite irresponsável deste País, e, também, pessoas que não o conhecem, mas, ouvindo dos outros, esculhambam com esse grande homem brasileiro, que sofreu misérias na sua infância, na sua juventude, mas, chegando ao poder, jamais, jamais esqueceu o seu povo. É POR ISTO QUE ADMIRO O LULA, sem ter nenhum partido como muitos pensam. Eu o admiro por cuidar, e muito bem, do POVO BRASILEIRO, especialmente, o mais necessitado!

Mas, para concluir este texto, mais dois verbetes de Lula, que não estão nesse livro, falados nesta semana em dois comícios no interior do Brasil:

'A mulher rica não se conforma com o fato da sua empregada usar o mesmo perfume que ele usa' (alusão ao crescimento de renda da população pobre durante os seus governos e de Dilma');

'Falam mal do BOLSA FAMILIA, mas, não conheciam a realidade da maioria do povo brasileiro: na minha primeira campanha para presidente do Brasil, entrei em um açougue e vi uma senhora, velha, comprado dois pés de frango para misturar no feijão; aquilo me deixou triste e dai começou a minha ideia para esse programa' (para que todo o brasileiro miserável e pobre pudessem comer três refeições diárias):

'Quando inaugurei as primeiras casas iluminadas pelo programa LUZ NO CAMPO, na cidade baiana de Vitória da Conquista, uma senhora, de uns 80 anos de idade, ao ver a sua casa iluminada, emocionada, me disse: 'eu tenho três filhos, o mais velho com 50 anos de idade, e os outros dois de 40 e 35, e, nunca vi os seus rostos dormindo, e, depois dessa luz, eu fico acordada, a noite toda, admirando os seus rostos' (alusão ao programa LUZ NO CAMPO, demonstrando a sua imensa alegria por esse programa)

'
 

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