segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CARNAVAL DA BAHIA: TUDO COMEÇOU COM O JACU, DIFERENTEMENT DE HOJE, NÃO VISAVA LUCRO, E, SIM, O DIVERTIMENTO DO POVO! A SUA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA ERA NÃO TER CORDAS, CRIADAS PELOS BARÕES DO AXÉ!

Li, ontem, uma pesquisa em que o Axé está caindo, vertiginosamente, na preferencia do Brasileiro, onde, aqui na Bahia, que nasceu esse tipo de música, já é a quarta preferencia dos baianos! É bom frisar que o início do axé, com letras e músicas maravilhosas, verdadeiras obras primas da música popular brasileira, hoje, um lixo só! A raça tá ganhando tanto dinheiro que nem tempo de gravar CDs possui mais! Hoje, milionários, vivem circulando em todo o Brasil cantando o péssimo axé! A seguir, vejam duas letras, fantásticas, do MEU SAUDOSO E QUERIDO JACÚ, atropelado pela ganância econômica e financeira dos donos do axé, principalmente, em separar o povo das ruas!
O Bloco do Jacú foi pioneiro nos carnavais da Bahia, sem corda, onde o povo brincava sem parar, independentemente de estarem fantasiados (na época era uma mortalha) ou não! Puxado por uma orquestra, do extraordinário e saudoso Maestro XAXÁ, saia do bairro aristocrático da Barra, todos de mortalha azul turquesa .  O seu idealizador foi o extraordinário compositor e cantor VALTER QUEIROZ JR, conhecido de todos nós como VALTINHO QUEIROZ, um dos maiores compositores de gingles comerciais, até hoje, da Bahia! Duas músicas marcaram-me:
"MAESTRO XAXÁ"
Maestro Xaxá mande essa orquestra tocar
o samba da mortalha azul turquesa, que beleza
que o jacu quer dançar, Xaxá
E a gente querendo lembrar
de um tempo que foi tão legal,
onde a gente puxava no grito,
nosso samba batendo timbau.
Foi um tempo onde a gente bebeu
prá afogar o primeiro ciúme,
de um tempo onde se começava o namoro
um lança-perfume Rodouro de ouro"
Na década de 1970 se usava LANÇA PERFUME COMO PERFUME E NÃO COMO DROGA!
O azul turquesa era a cor do bloco jacú! Lindissima!

Mas, vamos continuar com a nossa eterna saudade:
Um dos hinos do jacú:
"No meio da rua, no meio do povo":
Tomara que esse ano
eu lhe encontre de novo,
no meio da rua, no meio do povo.
Mortalha encharcada de cerveja até o pé,
e a boca lambuzada de acarajé.
No bloco do povo da Bahia com carinho
pois nunca teve corda e é livre como um passarinho,
se por uma malvadeza do destino
eu não lhe achar."
Saimos do bairro da barra, onde havia a concentração, desde as dez horas do dia, saindo lá prá as 16 horas, todos encharcados, subindo o bairro da Graça, logo depois chegando no largo da Vitória, inicio do Corredor da Vitória até chegar ao Campo Grande! Ninguem se preocupava em mostrar nada, somente brincar, e muito. Quando chegávamos no Relógio de São Pedro (após o Largo do Campo Grande, onde existe o Teatro Castro Alves), cinquenta por centoa dos seus associados, quase tres mil, já tinham sumidos para bares; barracas; puteiros (quase não havia moteis), e, outros, diretamente, para os postos de saúde do Estado e da Prefeitura, alcooalizados! Brigas, nem pensar! Nunca chegávamos à famosa Praça Castro Alves, muito longe para bebões! Hoje, com muita alegria, estou vendo a volta dos blocos, sem corda, no Rio de Janeiro, já um sucesso fantástico, livrando-se das chatices das Escolas de Samba; em São Paulo; aqui em Salvador e em todo o Estado da Bahia. Mas, uma historinha: fiz MBA em Recursos Humanos, pela Unifacs, Salvador, Bahia, e um dos módulos foi dado por uma socióloga, famosissima na Bahia, titular da Faculdade de Sociólogia da UFBa., doutora em sociologia, cuja tese desse doutorado foi o "amor do povo carioca ao carnaval". Segundo ela, teve que se mudar para o Rio de Janeiro, onde morou seis anos no Morro da Mangueira, estudando essa comunidade. Disse-nos que várias famílias passam todo o ano trabalhando, e duro, mas com  a vida dedicada para o carnaval, já no dia seguinte ao que tinha terminado! Poupavam durante o ano, deixando até de se alimentar, mas o pagamento da fantasia estava garantido. Todos moravam em casebres, passando necessidades diversas, mas, o que desejam ser? RAINHAS, REIS, PRINCIPES portugueses! E ela concluiu: esse comportamento do POVO CARIOCA, MARAVILHOSO, EDUCADO, FESTEIRO, foi o responsável pela lei frouxa de combate a corrupção, pois,  a família real, ao chegar da Bahia para o Rio de Janeiro, com uma comitiva de mais de dez mil pessoas, não teve outra opção a não ser tomar, em quarenta e oito horas, todas as casas das altas, médias e pequenas familias cariocas para alojarem a extensa comitiva imperial portuguesa! E esperaram reações , terriveis, desse Povo agredido! O que foi que aconteceu? Os cariocas, que possuiam condições econômicas, foram para o interior do Estado, e os demais, foram para os morros. Com toda essa movimentação urbana os portugueses temiam uma revolta contra essa agressão, mas, oito dias depois, ESSE POVO MARAVILHOSO E FESTEIRO, PACÍFICO, promoveu o primeiro carnaval carioca, homenageando a corte portuguêsa! Os portugueses, estarrecidos, não entendiam nada! Os legisladores estavam elaborando uma lei de combate a corrupção,durissima, mas, com tanta gentileza desse Povo, resolveram elaborar uma legislação mais amena, diferentemente das de outros Países Europeus e dos EUA, excetuando-se a da Itália, feita para proteger a máfia. Se basearam na Italiana, onde o criminoso só é criminoso se aparecer o CORPO, A PROVA DO CRIME! E hoje vemoslo os escândalos e mais escândalos, sucedendo em escala industrial e quase nada acontecendo! Em tempo: estamos assistindo, aqui na Bahia, uma briga judicial, entre donos de blocos contra donos de camarotes, onde os primeiros alegam que são os verdadeiros artistas, gerando atrações para quem estiver nos camarotes, ou seja, eles querem participação de vinte por cento na renda de cada camarote! Vejam que caras-de-pau: o carnaval da Bahia custa para o Estado da Bahia e a Prefeitura quase 25 milhões de reais, com preparação de iluminação elétrica; segurança, com milhares de policiais; centenas e centenas de funcionários para, diariamente, fazerem a limpeza das avenidas onde esses blocos desfilam; viaturas policiais; mini-hospitais; etc., etc. e esses gananciosos nada enxergam pensando que são eles que fazem o carnaval da Bahia! Enquanto isto, com esses vinte e cinco milhões de reais gastos pelos poderes públicos, portanto, dinheiro do Povo, simplesmente esquecem de privilegiar esse Povo, ou seja, qualquer um que desejar participar de um desses blocos, se não pagar, carissimo, não entra, onde fazem do espaço da rua, onde desfilam, como se fosse uma sua propriedade! Os camarotes são construídos sobre os passeios, que são públicos, onde o Povo é jogado em todo o lugar, não sobrando nada para ele se divertir! Como exemplo, o bloco do vovô, que se veste como um jovem, Durval Lélis, 65 anos de idade, custa em torno de dois mil dólares; o do outro vovô, de trança, Bell Marques, custa em torno de dois mil dólares! Ivete Sangalo, coroinha, que se veste como menininha-travessa, também, nessa faixa; Daniela Mercury, que se julga intelectual, inventora de modas no carnaval, cada uma pior do que a outra, também, custa um valor compatível com essas demais "estrelas"!Agora, analisem: o axé, com todos esses anos, praticamente se resume nessa raça, significando que, ano a ano, a barca está se afundando!
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3 comentários:

  1. Tambem temos de lembrar do grande Arranjador, Maestro Chorinho da Bahia, com seu Trobone de Vara, que fazia parte do arrajos do Jacú e outros blocos, como o Bloco da Aurora. fez varios arranjos para Cantores: Riachão, Batatinha, Claudete Macedo, Panela e etc.
    e mail jaiminho@jaiminho.com

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  2. Vale lembrar também do querido BLOCO DO BARÃO que, igualmente, não visava lucro.
    Vale lembrar também da música de TOM e DITO em homenagem ao JACÚ:
    "Vista sua mortalha azul turquêsa, mais bonita que a beleza, mais humana que o perdão."
    MÁRIO M. CORTIZO
    Fundador e Presidente do Bloco do Jacú.

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  3. Também vale a pena lembrar de um dos fundadores Zezinho quero ver sangue. Uma figura

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