Nasceu esse extraordinário gênio, poeta, compositor e cantor, em 1933! O jornal VALOR , através do
jornalista José Castello, do Rio. faz uma homenagem a esse fantástico intelectual do Brasil! Vejamos parte dela:
"No ano do centenário de nascimento de Vinicius de Moraes (1913-1980), mais uma chance nos é ofereicda para devolver ao poeta o lugar que lhe é de direito. Não só o de grande poeta, um dos maiores da lingua portugesa, mas o posto - tão necessário no século gelado em que vivemos - de profeta da paixão. Ao pensar nos grandes poetas do século XX brasileiro - João Cabral, Carlos Drummond, Manuel Bandeira e mais alguns mais - ALGUNS ainda insistem em catalogar Vinícius como um 'poeta menor'. O escândalo dessa avalição se evidencia na simples leitura de sua poesia. Só um grande poeta, só um poeta singular e dono de si, escreveria poemas como as "Cinco Elegias", de 1943, os magníficos sonetos, reunidos no "Livro de Sonetos", de 1947, ou as primorosas baladas, como a "Balada das Arquivistas", e a "Balada das Meninas de Bicicleta"
E continua: "..Quem seria, no fim das contas, Vinicius de Moraes? A resposta só pode ser uma : para além das artes clássicas e dos cânones, ele foi, antes de tudo, um poeta da vida. Um homem movido não por uma estética, mas por uma paixão".
E leiam, se desejar, essa extensa e fantástica reportagem, no caderno especial desse Jornal, do dia 11, 12 e 13 deste mes!
Mas, gostaria de acrescentar uma historinha, real, onde fui testemunha, por várias vezes, da presença desse fantástico intelectual nos seus últimos anos na Bahia, passados com muita alegria, muitas farras e muitos banhos de mar em Itapoã, em frente a sua casa, hoje, um hotel, que aproveitou a residência desse fantástico brasileiro, em uma área localizada aos fundos dessa mansão, fazendo vários apartamentos, mas, para os baianos e brasileiros que visitam Salvador, no bairro de Itapuã, a casa ainda é de Vinicius, onde , em sua frente, a Prefeitura de Salvador, com apoio do ex-governador ACM, construiu uma praça, com uma estátua em sua homenagem, mostrando-o sentado em uma cadeira, ao lado de uma mesa, e, sobre ela, uma garrafa, claro, de whisky e um copo, todos de bronze! Por sinal, assim que inauguraram esse monumento, a malandragem agiu , firme, onde roubavam a cadeira, deixando-o solto no ar, preso com uma das suas mãos à mesa, além de roubarem a garrafa e o copo, até que providenciaram segurança especial! Mas,a minha história envolvendo esse artista é a seguinte: atrás dessa sua residência, há mais de vinte anos, existia um BAR, MUITO CONHECIDO DA BOEMIA BAIANA, cujo dono tinha o apelido de GALO, que ficou registrado como o "BAR DO GALO"! Eu e meus amigos, universitários, saíamos pela orla marítima de Salvador, alguns dias da semana, e, como esse bar não tinha hora de fechar, sempre lá para as zero hora chegávamos para beber algumas, ficando lá até o dia amanhecer! O ambiente era muito simples, mas, gostosissimo para bater papo (ou como os baianos chamam: jogar conversa fora) e comer vários tira-gostos , do peixe, passando para carnes, de todos os tipos, e, os preços baratissimos! Não se permitia som, ao vivo, e, sim ambiente, mas, havia uma exceção: VINICIUS DE MORAES, COM A SUA GESSE GESSE, professora de arte da Ufba. e atriz, muito badalada em Salvador, porém, mais jovem do que ele, talvez, uns 30 anos, Toquinho, de vez em quando, ainda muito jovem, e, outros amigos! Bebiam, comiam e tocavam músicas do MPB, fantásticas, tudo sem pagármos um só tostão! E o que mais me irrita, hoje, juntamente com os amigos daquela época, é o fato de não sabermos quem era esse cidadão e seus companheiros, inclusive, a Gesse! Além do mais era segrêdo de estado identificá-los, inclusive, o dono, GALO, quando perguntávamos quem eram aqueles "cantores", ele, simplesmente, nos respondia: são meus vizinhos que moram aqui perto! Lá, também, frequentavam: Tonzé; Caetano Velloso, Gil, Jorge Amado e Zélia; Juarez Paraíso, artista plástico famoso da Bahia; Caribé, outro grande artista plástico; Juca Chaves, que morava bem perto; etc., etc.! Cansei de ver o Vinicius sendo levado, segurado pelos braços e cambaleando! Fumava feito um doido! Era uma garrafa de whisky, não me lembro a marca, mas, seguramente , importado, por noite! Por sinal, esse bar, que deveria ter virado um MUSEU, foi destruído pela iniciativa privada, construtoras, esses CUPINS TERRIVEIS POR IMÓVEIS, hoje, em toda a redondeza não sabemos onde ficava esse MONUMENTO DA HISTÓRIA DA MÚSICA E DA INTELECTUALIDADE BAIANA E BRASILEIRA!
Segundo comentários da imprensa baiana e nacional, quando perguntavam ao V.M. por quê ele vivia com uma mulher tão jovem em relação a ele (havia insinuações que V.M. era traído por ela), ele respondia: "DIZEM QUE A GESSE ME TRAI, MAS, NÃO SERÁ MELHOR SER TRAÍDO POR ELA DO QUE VIVER COM UMA BALZAQUIANA FIEL?" Há uns seis meses, um jornal local entrevistou GESSE GESSE, já com seus quase 70 anos, desgastada pelo tempo, mas, com pensamentos maravilhosos, disse-nos que foram os momentos mais fantásticos da sua vida passados com Êle e seus amigos, onde ela não se esquece, citando um deles: VINICIUS PASSAVA TODA A NOITE ACORDADO, OUVINDO MÚSICA OU LENDO, MAS, SEM LARGAR, UM SÓ MINUTO, O COPO DE WHISKY; QUANDO O DIA VINHA APARECENDO, JÁ TUDO CLARO, ELE PEGAVA NO SONO, MUITAS VEZES EM UMA RÊDE (mania de paraibanos, cearences, mas, jamais, de baiano!), e, lá para as 15 horas acordava, onde ambos iam tomar banho, até lá para as 20 horas, nas lindas águas do mar de ITAPUÃ, tão bem homenageado por êle, também, a sua praia! Por sinal, se nós, baianos, não gostássemos tanto desse nome, iria propor para trocar para PRAIA VINICIUS DE MORAES! Mas, qualquer baiano, ao ser perguntado sobre o trecho onde ele morava e curtiu uns dez anos de Salvador, que êle amava, inclusive, dissera que era o seu REFÚGIO CONTRA PÉSSIMAS AMIZADES QUE TINHA NO TRECHO RIO-SÃO PAULO, responde: MAIS OU MENOS PERTO DA CASA DE VINICIUS OU APÓS A PRAÇA DE VINICIUS!
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