segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"ATÉ QUE A VIDA OS SEPARE", texto publicado no jornal O Globo, de 3.12.2011, de autoria de Zuenir Ventura

"Dizem as últimas estatísticas que os casamentos no Brasil estão durando menso e os divórcios estão acontecendo mais, o que poderá levar algum moralista de plantão a acionar o sinal de alarme, evocando fanasmas da dissolução de costumes ou da decadência da família. Ao contrário, porém, o fenômeno significa avanço em relação pelo menso ao meu tempo, quando o estigma 'separada' queria dizer que a coitada estava perdida. Sua reputação passava a valoer tanto quanto a de uma adúltera. As convenções e a hipocrisia reinante não permitiam que ela reconstituisse sua vida amorosa. Para o homem, nenhum problema, já que a condição de 'descompromissado'  lhe conferia até um charme especial. Mas a mulher era de tal maneira discriminada pela sociedade que às vezes peferia suportar o sacrifício de uma relação desgastada, sem amor, sem afeto, a desmanchar os 'laços insolúveis' de um contrato que deveria ser mantido enquanto os dois vivessem. Afinal, 'até que a morte nos separe' era a promessa solene feita no altar diante de padre, padrinhos, madrinhas e testemunhas.
Vinicius de Morais dizia que gostava tanto de casamento que tinha se casado nove vezes, numa exagerada e discutível demonstração de amor à instituição. Não é preciso tant. Está provado que a duração do vínculo matrimonial não é a melhor medida para aferir o grau de saúde moral de uma família. A felicidade pode morar numa casa onde marido e mulher vivem juntos há quase 50 anos, que o meu caso, assim como pode habitar o espaço de uniões desfeitas e refeitas, onde pais, padrastos, ex-cônjugues e meio-irmãos se relacionam em harmonia. Confirmando as estatísticas, conheço muitos núcleos familiares constituídos por combinações desse tipo: 'essa é minha meia-irmã; filha de minha mãe com seu segundo marido, padrasto daquele rapaz; que é filho do terceiro casamento...' e assim por diante"
Fui, infelizmente, síndico de um edificio (vejam o nome: é dificil!), e, a turma, mais de 40% pagava com atraso as taxas de condomínio; procurei dialogar com todos, de forma particular, quando tive a confirmação de que, a grande maioria d'eles, estavam separados,  dormindo separadamente, apesar de estarem sob o mesmo teto! Com isto a situação financeira estava um caos! E ai, para que essa farsa? Não é melhor conviverem , separadamente, porém, de forma educada e a serviço dos seus filhos, e, deles próprios, como, o próprio texto de Zuenir, acima, nos dar uma aula?
Uma historinha: na década de 40 até a de 50, a média de vida do brasileiro era de 50 a 55 anos; como os casais se formavam na faixa de idade de 20 a 25 anos, ai, conviverem, juntos, 'felizes', de cerca de 20 a 25 anos, tudo dava certo, onde aquela tradicional frase da Igreja Católica Apostólica Romana de 'até que a morte os separe" era, perfeitamente, cumprida. Hoje, .............tá dificil, principalmente, aguentar, um ao outro, durante 50, 70 anos, no mesmo teto, ah, é demais!
Mais, outra historinha: Paris, como toda a França, era uma sujeira só! As ruas de Paris eram fedorentas e sujas! O francês, como todos sabem, não gostam de tomar banho, rotineiramente, e, sim, uma ou, no máximo, duas vezes por semana. Avaliemos naquela Paris do século XVII! E ai, as noivas, para ficarem "cheirosas", evitando-se maus cheiros, colocavam um buquê, de flores, logo abaixo do umbigo! Eu fico pensando: como ficavam esses franceses após ficarem nús, em "lua de mel"!

Nenhum comentário:

Postar um comentário