segunda-feira, 14 de novembro de 2011

AINDA SOBRE A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, ABAIXO, OS TEXTOS, SIGNIFICATIVOS, DA LUTA DO BAIANO RUY BARBOSA PARA O FIM DA MONARQUIA BRASILEIRA!

Ruy Barbosa foi o principal crítico da Monarquia Brasileira, com pronunciamentos fantásticos feitos no Congresso Imperial (quando muitos dos seus colegas, a grande maioria ou quase todos, batiam palmas para o Imperador Pedro II e toda a sua Côrte, como, agora, vemos os vassalos do Congresso Brasileiro, que, constantemente, nos dão uma grande banana, e, têrmos que aguentar um LUPI DA VIDA, EX-DONO DE UMA BANCA DE REVISTA, NO RIO DE JANEIRO, ONDE, PARA AGRADAR A BRIZOLLA, LEVAVA OS JORNAIS E REVISTAS EM SEU APARTAMENTO, E AINDA, OS OFERECIA, GRATUITAMENTE, ONDE, QUASE NÃO TENHO DÚVIDAS, O DIZIA, MAIS OU MENOS ASSIM: BRIZOLLA EU TI AMO, como disse, vergonhosamente, para a Presidente Dilma!)). Por sinal foi esse vassalismo ao Brizolla que o levou a "lider do PDT"!A seguir, um artigo escrito pelo seu maior biógrafo, o ex-Governador e ex-Senador da Bahia, Intelectual Luiz Viana Filho:

"O IMPERADOR"

"O Espírito do Imperador já não era o mesmo que dantes, nem o alcance de sua visão, nem o vigor moral, nem o domínio sobre a corte e os partidos": Ruy Barbosa.

Luis Viana Filho nos dá uma aula sobre a continuação da perpetuação da Côroa Imperial Neste País, através de um golpe parlamentar que elevou D.PEDRO II, ainda criança, em 1840, a receber a coroa de Rei do Império do Brasil! Todos que o fizeram Rei, Parlamentares, CINQUENTA ANOS DEPOIS, já estavam falecidos, e os que os substituiram ...."já estavam alquebrados e velhos".
E, continuando em sua extraordinária análise sobre esse império, emite uma radiografia sobre D.Pedro II: "Nesses cinquenta anos o próprio rei mudara muito. O tempo, que fizera do menino de 1840 o ancião precocemente envelhecido, de longas e alvas barbas patriarcais, caídas sobre a sobecasaca preta, também lhe modificara a alma. Apenas a tristeza de órfão se conservava a mesma. Aos poucos, o jovem e voluntarioso monarca que repreendia as irmãs e dava ordens incisivas, substituia o autoritarismo por uma polida noção de dever. O seu insípido dever de reinar", e continuou: "sem gosto pelos desportos, avesso às estroinices em que o pai se havia celebizado, acabara suportando a coroa como fardo pesado e monótono. E para suavizar o encargo, nem sempre podendo viajar, procurava refúgio no modesto palácio de verão, em Petrópolis, entre os seus livros e suas árvores. Em São Crostovão, semanalmente, reunia um grupo de literatos, e isto lhe proporcionava prazer bem maior do que as audiências com os ministros. Com admirável tato, permitia completa liberdade de idéias aos seus amigos intelectuais e não se incomodava sequer com as convicções que pudessem ter. Certa vez perguntara a um jornalista de idéias republicanas que conversava com o Conselheiro Francisco Otaviano: 'Por que não aparece? Não o tenho visto há muito tempo. Já o mandei convidar para as nossas palestras literárias. Apareça'. Houve certo mal-estar, e Dom Pedro II continuou: 'Sim, tenho-o lido. O que o senhor escreve não o incompatibiliza com as nossas palestras. Sr. Otaviano, leve-o consigo para a semana!' (esse é o verdadeiro democráta!). Em outra ocasião, devendo baixar um ato para prover-se uma catédra, através de concurso, um Ministro dissera ao Imperador: 'Não Senhor, esse não pode ser nomeado por ser republicano e ateu", e o Imperador o repreendeu: 'Que temos nós com isso?' , e, continuou: 'Não vejo por que um republicano ou um ateu não possa ser professor de Direito ou preencher mesmo qualquer outro cargo', dizendo, sempre, que todos tinham o direito de pensar livremente! Segundo Luiz Viana Filho, todos os cidadãos do Império gozavam do direito de censurá-lo, mas ele não tinha o direito de defender-se! Mas, sofria essas injustiças em silêncio!
A Monarquia estava chegando ao fim, conforme nos explica o Intelectual Luiz Viana Filho. Em 13 de novembro de 1889, quase no fim desse Império, Ruy Barbosa fêz esse pronunciamento: 'Nunca me importei da sombra imperial. Da família reinante nunca me acerquei. Não tive jamais um momento de contato com a princesa ou seu consorte. Nem uma só vez, compareci, em qualquer tempo, a solenidade, cerimônias ou recepções do Paço. Ainda quando contemplado nas grandes comissões parlamentares que o protocolo da Câmara dos Deputados incumbia de levar ao Imperador atos daquela casa, não acompanhava os meus colegas"
Durante vinte anos os republicanos haviam pregado sem serem ouvidos. Na tarde de 14 de novembro de 1889 os conselheiros e ministros do Imperador achavam que o regime estava sólido! Na madrugada de 15 de novembro desse ano, Deodoro à frente, a tropa revoltada apareceu pelas ruas da capital do Império (Rio de Janeiro), de forma inesperada! Ainda na véspera dessa data da queda do regime, D. Pedro II viera de Petrópolis para assistir a um concurso e voltara, tranquilamente, para o seu remanso entre as verdes e frescas montanhas. O Império agonizava. Nenhuma resistência foi possivel. Era o fim; o Império morreu"
Do bairro do Flamengo, Ruy assistiu à partida do imperador para o exílio. Mansamente, o ALAGOAS (navio que levou a família imperial para o exterior, Lisboa, Portugal) singrava as águas da Baia da Guanabara. Levava para sempre o Soberano e seus familiares; assessores; e outros. Um amigo de Ruy, Carlos Aguiar, que estava ao lado do Ruy, notou-lhe os olhos cheios de lágrimas: "Que é isso, seu Ruy? Você também, que mandou o homem embora....", e Ruy o respondeu: "fui oposição ao seu govêrno não ao homem"! Dom Pedro II, ao chegar exilado a Lisboa, disse, conformado: 'Em suma, estou satisfeito. É a minha carta de alforria. Posso agora ir aonde quero', apesar de tudo, tinha imensa saudades do Brasil, e, perto de falecer, em um hospital de Paris, solicitou aos seus familiares que trouxessem um pouco de terra do Brasil e que a colocasse embaixo da sua cabeça em seu caixão!
E Ruy Barbosa, um grande crítico da Monarquia, um dos mais importantes homens que defenderam a implantação da República, anos depois, decepcionadissimo, passou a ser, também, o maior crítico dos homens que faziam parte do primeiro govêrno da república, dando a seguinte explicação: 'Se teve falhas, não esqueçamos que os grandes homens se contituem tanto dos seus defeitos quando das suas virtudes"!
E ai nasceu a nossa REPÚBLICA, ATÉ HOJE, CAMBALEANDO, COM OS SARNEYS; FHCS; ITAMARES; COLLOS; e companhias! Graças à Deus tivemos um LULA QUE OLHOU PARA O POVO MISERÁVEL DESTE PAÍS, COMO DEFENDIA OS GRANDES HOMENS QUE IMPLANTARAM A REPÚBLICA, COMO RUY BARBOSA; COMO CASTRO ALVES QUE LUTOU, COMO LOUCO, QUASE ASSASSINADO, PELO FIM DA ESCRAVIDÃO, o maior negócio do império! Também, antes desses HERÓIS, muito antes, CIPRIANO JOSÉ BARATA DE ALMEIDA (Cipriano Barata) que lutou pela nossa Liberdade, conforme um extraordinário livro "Cipriano Barata na Sentinela da Liberdade", também, republicado pelo Grupo Editorial da Assembléia Legislativa da Bahia, de responsabilidade de Luis Guilherme Pontes Tavares, já citado neste texto. Por sinal, o maior prefaciador e colega desse grande herói da nossa Independência, o historiador baiano Luís Henrique Dias Tavares, um dos maiores conhecedores desse extraordinário baiano, como êle, ainda nos proporciona palestras e depoimentos sobre grandes acontecimentos da nossa Bahia e do Brasil, inclusive, catedrático da Universidade Federal da Bahia!


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