quinta-feira, 5 de setembro de 2013

"MESMO COM POUCA ESTRUTURA, MÉDICO FAZ DIFERENÇA, DIZ FRANCISCO CAMPOS"!



Em uma excelente reportagem do jornal VALOR ECONÔMICO, de ontem, 4 de setembro deste ano, o Dr. Campos, diretor do Núcleo de Educação em saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG-Nesconn), declarou: "Essa tese de que primeiro tem que colocar a unidade, o estetoscópio, e só depois colocar o médico é uma tese niilista de quem não quer resolver o problema", afirma, a respeito das críticas que apontam que o governo federal precisaria garantir infraestrutura para o atendimento médico antes de contratar mais profissionais.
 
Tal conclusão, defende Campos, é fruto da experiência pessoal. O especialista dedicou a carreira a pesquisar caminhos para aprimorar e garantir o atendimento na saúde pública, inclusive em lugares remotos, pobres e de difícil acesso. Em 1978, implementou um internato rural obrigatório e todos os alunos da residência médica da faculdade mineira. Atuou no Ministério da Saúde como secretário de Recuros Humanos, de 1985 a 1986 e de 2005 a 2010.
 
Integrou a equipe da ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OMS) PARA A América Latina - a mesma que firmou acordo com o ministério para viabilizar a vinda de QUATRO MIL MÉDICOS DE CUBA na primeira etapa do programa MAIS MÉDICOS.
 
Em entrevista ao VALOR, Campos defende a contratação de médicos estrangeiros para lugares onde não há médicos brasileiros dispostos a trabalhar. Sobre a carreira médica, diz que o Pais, se quiser cumprir o preceito constitucional de garantir saúde para toda a população, vai precisar enfrentar tabus, como recrutar estudantes do interior para cursos de medicina e discutir a atuação de outros profissionais da saúde em áreas hoje exclusivas de médicos.
 
Valor: "Como o sr. vê as críticas, segundo as quais não adianta levar médicos a lugares em que não há infraestrutura para o atendimento?
 
Resposta de Campos: "Isso é uma das maiores bobagens que já ouvi. Compara o valor do trabalho médico com o valor do estetoscópio que as pessoas dizem que falta: com o que você contrata um médico, deve comprar, talvez, dezenas de estetoscópios. E vou te dizer de maneira jocosa: se você colocar estetoscópio e fizer uma unidade boa, o estetoscópio não pede médicos. Se você colocar um médico, o médico pede estetoscópio. Em uma unidade de saúde, muito mais importante que pedra, tijolo, estetoscópio, é o trabalho médico. Tem unidade mal equipada sim, mas esse é um processo que é fácil de ser resolvido. Essa tese de que primeiro tem que colocar a unidade, o estetoscópio, e só depois colocar o médico, É UMA TESE NILISTA DE QUEM NÃO QUER RESOLVER O PROBLEMA"!
 
E, se desejarem, leiam toda essa reportagem, fantástica, de um grande médico, porém, esse um GRANDE HUMANISTA QUE RESPEITA A CARTA MÉDICA QUE RATIFICOU QUANDO DA SUA FORMATURA, ou seja, quando fez um COMPROMISSO COM A VIDA DOS OUTROS!
 
Concordo, plenamente, com esse grande homem, esse humano médico, pois, quem quiser que leve um parente, amigo, você, mesmo, a um posto médico e lá não tenha um médico para atende-lo! Então, o que adianta esse posto está todo equipado faltando profissionais para usa-lo para salvar vidas? Realmente, a verdade é uma só: a grande maioria dos médicos brasileiros somente desejam se enriquecer, tendo o paciente como um objeto de valor e não um ser humano, onde, assim que conseguem uma certa posição econômica, simplesmente, abandonam a medicina e passam a ser donos de clínicas, hospitais, criadores de animais, etc., etc., menos, claro, da profissão de médico! Antigamente era comum encontrarmos médicos de idade avançada, ainda clinicando, operando, etc., hoje, já é um caso excepcional!

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