quinta-feira, 9 de maio de 2013

QUANDO FALAMOS EM POLÍTICOS SOMENTE PENSAMOS NOS POLITIQUEIROS, MAS....



Li  três artigos de dois grandes políticos deste País: OCTÁVIO MANGABEIRA, ex-governador da Bahia, na década de 50, e, o ex-governador da antiga Guanabara (que nome lindo!), Carlos Lacerda. Vocês sabiam que Carlos Lacerda, um dos maiores estadistas deste País, fêz uma caravana pelo Rio São Francisco, em toda a sua extensão, fazendo estudos e anotações? Dizem que é um dos melhores estudos já feitos para esse fantástico Rio, conhecido pelos nordestinos, como A MÃE QUE NUNCA FALTA!
 
 
Otávio Mangabeira: "SE VOCÊS CONHECEREM ALGUM ABSURDO ACONTECIDO NO BRASIL, NÃO TENHAM DÚVIDAS, JÁ ACONTECERA NA BAHIA"!
 
 
Otávio Mangabeira: Trecho final do discurso de Octavio Mangabeira no dia 17 de maio de 1957, quando este deixando o leito de um hospital, acompanhado de seu médico particular, foi à tribuna da âmara para defender o mandato de Carlos Lacerda:
 
"Imagine Senhor Presidente! Cassar os direitos políticos de um deputado, porque esse cumpriu um dever de sua obrigação parlamentar, que é trazer ao conhecimento do Povo, a verdade que o Presidente lhe nega. Imagine, Senhor Presidente! Numa cidade onde tem mais de trinta mil criminosos (Rio de Janeiro, pasmem, naquela época!), sentenciados pela Justiça, soltos nas ruas do Rio de Janeiro, e, Carlos de Lacerda numa cadeia, porque cumpriu uma inexorável determinação que o seu mandato lhe impõe. Imagine, Senor Presidente! Há uma interminável fila de pessoas a visitá-lo na prisão! A permanencia desse grande homem na prisão  é  como se quisessem apagar o incêndio ateando-lhe gasolina"!
 
 
Agora, de Carlos de Lacerda: Pequeno trecho do depoimento de Carlos de Lacerda, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, em 15 de maio de 1957, quando tentaram cassar o seu mandato:
 
"Ainda há ingênuos ou espertos que me julgam cheio de ódio porque sou veemente. Não, Senhor Presidente, sou veemente porque detesto a hipocrisia e o comodismo, mas, não tenho ódio porque sou livre. Quem odeia transforma-se em  um escravo do outro que ele odeia. Quem odeia são os meus escravos de hoje, que não querem ser alforriados, porque têm o poder nas mãos, mas, são escravos da cobiça e do ódio que os convertem em escravos da nossa vontade"
 
"Senhor Presidente! A prisão se não me atrai, também, não me intimida. Perderei o mandato, talvez, mas tantas vezes quanto houver eleições neste País, voltarei a esta Câmara ou além dela. Aqui espero,
então, não encontrar umas poucas figuras, para as quais terei o cuidado de deixar vaga na prisão a que me condenassem hoje"!
 
Deus foi muito bom com esses dois homens que os livrou de conviverem com tantos maracuteiros desse Congresso Nacional que, como todos os cachorros, sòmente as coleiras mudaram: CAPITAL RIO DE JANEIRO PARA CAPITAL BRASÍLIA!

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