terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

QUANDO TERMINOU A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, TODOS QUE COMBATERAM O 'EIXO' (ALEMANHA, ITÁLIA E JAPÃO), E, A ESPANHA DO FRANCO, APOIANDO, COVARDEMENTE, DE 'MANSINHO', CRIARAM DIVERSOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO BRASIL E EM TODAS AS PARTES DO MUNDO!



Em uma excelente reportagem do jornal O GLOBO, na página HISTÓRIA, do jornalista Renato Grandelle, excelente trabalho desse profissional, encontramos o titulo: "A GUERRA MUNDIAL DO PARÁ", onde complementa: CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NO NORTE DO BRASIL RECEBEU COLABORADORES DO EIXO E IMIGRANTES PERSEGUIDOS"
 
E continua:
 
Em meio à Segunda Guerra Mundial, uma área policiada enclausura dezenas de famílias estrangeiras. Falar seus idiomas nativos é garantia de punição. Reuniões são proibidas; as correspondências, censuradas. Toques de recolher e racionamento de energia regem o cotidiano de supostos colaboradores dos países inimigos. O endereço deste campo de concentração é a vila de Tomé-Açú, no Pará.
 
A história das instalações erguidas no Norte do país para isolar imigrantes do Japão e da Alemanha, países do Eixo que lutaram contra o Brasil, é contada no livro 'Por terra, céu &mar: Histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial na Amazônia', lançado recentemente pela editora Pakatatu, e em um documentário homônimo.
 
Pelo menos 480 famílias japonesas, 32 alemãs e algumas poucas italianas foram levadas do Pará e do Amazonas para Tomé-Açu. A viagem de Belém até a vila, que ficava na Ilha de Araçá, era feita de barco a vapor e durava de 5 a 18 horas. Muitos imigrantes desejavam ir para o campo, que funcionou entre 1943 e 1945, para se livrarem da depredação de suas cas e lojas, promovida por brasieiros que se autointitulavam patriotas.
 
Outras pessoas foram, de fato, consideradas colaboradoras de países inimigos, muitas por venderem equipamentos e combustíveis. Sua detenção ocorriaao mesmo tempo em que a Força Aérea dos EUA instalou uma base aeronaval em Belém, de onde os aliados partiam para Europa, Ásia e África. Segundo o jornal o Estado do Pará, a colônia de Tomé-Açu servia como campo de concentração dos EIXISTAS NOCIVOS Á SEGURANÇA NACIONAL!
 
Essa reportagem, com vários outros parágrafos, repito-lhes, de excelente qualidade, nos trás várias informações para o nosso conhecimento, onde ela encerra assim:
 
Uma nova Vida depois do confronto:
 
No fim da guerra, brasileiros e descendentes de países do Eixo tomaram caminhos diferentes. Muitos pracinhas paraenses trocaram a terra natal pelas metrópoles, como Rio e São Paulo, onde aprenderam a trabalhar como mecânicos, metalúrgicos e operadores de máquinas. Os japoneses, por sua vez, procuraram áreas rurais do Brasil, como o Pará, por não terem onde plantar em seu país, arrasado durante o confronto com os EUA.
 
Yamada, natural de Hiroshima, ouviu pelo rádio a notícia do lançamento de uma bomba atômica sobre sua cidade, no dia 6 de agosto de 1945, onde oravam duas de suas irmãs. Traumatizado com a guerra, o agricultor só foi visita-la 46 anos depois, em 1991"
 
Um caso: minha esposa, filha única de um ex-militar Italiano, da primeira guerra mundial, veio para o Brasil após o fim dessa guerra, deixando a Itália derrotada, empobrecida, vindo morar em Jequié, Bahia, uma das maiores colônias de Italianos no Brasil; casado, virando fazendeiro e comerciante, onde nos dizia: 'NASCI NA ITÁLIA, MAS, A MINHA TERRA É AQUELA QUE ME ADOTOU, PORTANTO, AMO O BRASIL', e, morreu com quase 90 anos sem nunca ter ido de volta à Itália! Podiam falar mal da Itália, mas, jamais do Brasil! Foi condecorado pelo governo Italiano como 'herói de guerra' desse país, onde recebeu duas medalhas e um diploma das forças armadas , mas, dinheiro que é bom, muito bom, não recebeu um só tostão! Ficou cinco anos preso em uma prisão de guerra na Áustria, após o fim dessa guerra, passando todo tipo de miséria. Ao ser libertado, logo veio para o Brasil, Jequié, ficando até à sua morte, na década de 80, já com 90 anos de idade! Dizia-nos o que essa reportagem, fantástica, do Sr. Renato Grandelle, retrata, das suas dificuldades em viver nessa cidade, onde todos o chamavam de 'o italiano', com ameaças constantes, onde uma das suas táticas foi morar em um lugarejo, da zona rural, perto de jequié; passando alguns anos, a pressão foi diminuindo, e, quando tudo estava se normalizando, veio a segunda guerra mundial! Ele já morando lá, comerciante, toda a pressão voltou, onde, em uma de suas cartas endereçadas a minha sogra, que vivia na fazenda, se expressava: "TUDO AQUI EM JEQUIÉ TÁ DIFICIL! NADA SE COMPRA, MESMO COM DINHEIRO NO BOLSO, E, NO MEU CASO, ITALIANO, TUDO É NEGADO! TEMO PELA MINHA SEGURANÇA"! É bom frisar que Jequié teve todo desenvolvimento econômico e social investido pelos italianos, quase todos, inclusive, a construção da Matriz, onde até o SINO foi feito em Nápoles, base de todos eles, mais escolas de primeira linha, traçado da cidade, etc.! Mais de 60% da população possui descendência italiana!
 
Em 2010 estivemos em uma cidade chamada LAGO NEGRO, de uns 3 mil habitantes, onde nasceu o meu sogro , e de lá, pasmem, uma pequenina cidade, saíram de lá 158 combatentes, onde 138 morreram, salvando-se 20, um deles, o meu sogro! Como uma cidade, tão longe, quase na divisa com a Libia, região da Calábria, tão pequena, enviou tantos jovens para a morte! O meu sogro, que não gostava nem de tocar nesse assunto, um dia nos  disse: "Fomos enganados pelo Mussolini e outros com uma falsa informação de que desejavam destruir à Itália"! Em Paris há um cemitério da primeira guerra mundial onde estão enterrados lá mais de 25.000 soldados americanos! Milhares morreram em valas gigantescas construídas entre a Itália e a França, na região de Champagne, a maioria congelada por temperaturas que chegavam a 40 graus negativos, ou, como a guerra durou, por fortes temperaturas que chegavam aos 45 graus positivos! É ou não é o inferno?
 
Quem desejar mais detalhe dessa excelente reportagem entre no site do jornalista: renato.grandelle@oglobo.com.br.

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