terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

QUEM FOI ALEXANDER LIBERMAN!



Em uma reportagem do jornal Estadão, há uns trinta dias, saiu uma comovente reportagem sobre esse sobrevivente do Nazismo, que passou por sete campos de concentração nazista, em quatro países, conheceu Stalin, depois virou paraquedista e instrutor militar em Israel, e, acabou vivendo no Brasil, no Rio de Janeiro, como taxista!


Esse é, realmente, um sortudo! Segundo esse jornal ele pode jogar no bicho que dará cobra! Perdeu pai, mãe e três irmãos, mortos pelos assassinos nazistas. Levou tiros e ainda sobreviveu! Nunca perdeu o seu bom humor, vontade de viver, onde adotou o Brasil como a sua Pátria e o Rio de Janeiro como a sua querida cidade! Soldados russos ficaram tão impressionados com a sua história, inclusive, pelo seu estado de saúde, quase morto, que o levaram para que Stallin o conhecesse! Em 1947, após a segunda guerra mundial, embarcou no navio EXODUS (esse quase foi bombardeado e afundado pela Marinha Inglesa por ter sido confundido com um navio Alemão que levava nazistas fugindo para não serem presos!) para Israel, que levava, ilegalmente, refugiados judeus, mas acabou preso na Ilha de Chipre após confrontar tropas inglesas que interceptaram o navio. Mais tarde, já sargento do Exército israelense, foi atingido por estilhaços de duas granadas durante a Guerra de Independência do país. Uma delas o deixou surdo de um ouvido. Tudo isso até os 21 anos de idade! Aos 25 anos de idade veio para o Brasil, onde foi motorista de táxi até cerca de dois anos atrás, vivendo no Rio de Janeiro que tanto a amava! (abaixo vocês saberão a 'guerra' que ele passou como motorista de táxi!).

"É lógico que me emociono lembrando de tudo, dos meus familiares, amigos e conhecidos; já tive muito pesadelos com isso. Mas não tenho mais. O que que passei, passou.. Perdi tanta coisa na minha vida....Mas agora estou tranquilo". (no Espiritistmo nos pede que não fiquemos pensando nas coisas ruins que nos aconteceram, pois,  nos impedem de crescer, de viver bem!), e, até mesmo, não ficarmos 'comemorando' vitórias passadas há anos, pois, elas nos impedem de novas!

"Tive uma infância tranquila até os 9 anos. Meu pai era comerciante de material de sapateiro, com meu tio. Nasci na Polônia, em 1930. Eu tinha três irmãos: um de 7, uma de 3 e uma bebê de  6 meses"

"Os alemães logo caíram em cima dos judeus. Primeiro, foram à loja e levaram meu pai e meu tio para Treblinka ( dizem que foi o maior campo de extermínio do nazismo!). Soubemos que os dois foram mortos na guilhotina lá(leiam no meu blogdopovão, há dias, a história da primeira guilhotina achada em um museu de Munique, que serviu para assassinar dois jovens PACIFISTAS ALEMÃES). A gente se escondeu no forro de casa por dois meses, vivendo do que havia na cozinha( que terrível! Pessoas moram em mansões e ainda protestam!). Fomos descobertos, nos levaram para um polígono da cidade e botaram a gente na fila para morrer. Vi pessoas sendo fuziladas. Aí pegaram minha irmãzinha de 6 meses, jogaram para o alto e atiraram, como se fosse uma brincadeirinha (e ainda existem pessoas que não acreditam nos diabos!). gritei na hora para minha mãe: "Vou fugir. Não vou dar minha cabeça!". Fugi, me desviando das balas, mas uma pegou aqui (mostra uma cicatriz no abdômen). Consegui sumir na floresta que havia ali perto"

"Nunca tive notícias da minha família. Descobri um tio em Israel. Depois, achei uma tia na Argentina e um tio no Uruguai"

"Encontrei um grupo de umas 6 a 1O pessoas que me ajudaram a curar o ferimento da bala e depois, com eles, fazíamos guerrilha contra os alemães".

"Vivíamos em cima das árvores para não sermos vistos. Éramos 'partisans'. Uma vez fui para a cidade, a pedido do grupo, para comprar comida. Ao sair da loja dois soldados me perguntaram se eu era judeu e neguei, mas, me levaram para um quarto e mandaram eu baixar as calças, e fui levado para um campo de trabalho forçado" (Hither e Stalin tinham horror pelos poloneses, onde os achavam como um povo de segunda classe! Os dois, em duas guerras, mataram quase 80% dos homens poloneses! O próprio Papa João Paulo II perdeu os pais e um irmão em campos de concentração!).

"Eu achava que tinha direito a alguma coisa lá (uma indenização), mas eu não tinha pistolão (vejam que barbaridade: heróis de guerra e ainda precisava de pistolão, lá em Israel! Eu pensei que essa maracutaia era somente no Brasil!). Pensei: depois de tudo o que eu fiz, ainda preciso de pistolão? Ai, me aborreci, quis ir embora, em 1958. Vim com uns amigos. Depois, minha mulher veio com minhas filhas, uma com 3 anos e a outra com uns 9 meses. Moramos em Ramos (no Rio de Janeiro), mas ela não aguentou a umidade. Tinha bronquite, quis voltar para israel. Mas eu não podia, né? Trabalhava como vendedor"

Sobre suas duas filhas: "Eu não tinha nenhum contato. Ela (aponta para Alexandra, um brasileira, de 60 anos, sua segunda mulher) é que achou as minhas filhas. Quando elas saíram daqui, tentei me comunicar, mas não consegui. ...Falei com minhas filhas (Hedva, 55 anos, e Yocheved, 53) por telefone. Fiquei feliz em saber que estão bem. Um dos meus netos já veio me visitar, com ajuda do Museu do Holocausto de Washington que nos procuraram! (como pode uma família, quase destruída pelo nazismo, depois de todo esse sofrimento, ficarem tão distantes assim?).

Como apareceu a sua história, comovente, depois de tantos anos:

"...jornalistas pegavam o meu táxi e vinham no meu braço o número da minha identificação no campo de concentração (A18.534). E sempre me perguntavam sobre ele, ai a história apareceu"!

Agora, vejam como esse cidadão não era para morrer fácil:

"......comecei a trabalhar como motorista de táxi nos anos 60 e foi assim até dois anos atrás. Uma vez, fui sequestrado. Me deram uma injeção de gasolina, me roubaram, mas não levaram o táxi. Isso foi há uns 30 anos. Outra vez, escapei de um assalto no Flamengo me jogando debaido do carro. Hoje, tem uma pessoa que dirige o meu táxi. Recebo indenização, pequena, do governo Alemão e minha aposentadoria no Brasil"

"....fui hospitalizado em Moscou, por ordem de Stallin: além de magro estava doente de tipo. Deram-me boas roupas, mas, no meu quarto existiam uns vagabundos, e eles pegaram minhas roupas e fugiram"!. É OU NÃO É UM SOBREVIVENTE?

E existem pessoas que pensam que a VIDA É DURA! QUE NÃO SE CONTENTAM COM NADA, QUE NÃO DÃO VALOR AO QUE TEM, QUE ACHAM TUDO DIFICIL!

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