quarta-feira, 25 de julho de 2012

"O INIMIGO INTERNO"


Ainda consternado com o episódio do psicopáta norteamericano, citado no texto, abaixo, transcrevo uma reportagem que saiu na revista VEJA, de 7 de dezembro de 2005,  de autoria de Anna Paula Buchalla, com a atriz americana Linda Hamiton, onde trabalhou em vários filmes, sendo o mais famoso "O Exterminador do Futuro"

Ela é portadora de uma doença mental, que, em certos momentos se apresentava com extrema euforia, e, em outros, de extrema depressão! Os psicólogos, na época, diagnosticavam que era uma espécie de um DISTÚRBIO BIPOLAR NÃO DIAGNOSTICADO, acompanhado de um quadro em que estava presente o uso do alcoól; drogas e rompantes de violencia.

Essa atriz acredita que essa doença foi a causa, principal, do fim dos seus dois casamentos, um deles, com o diretor de cinema James cameron. Na época dessa reportagem, com 49 anos, hoje, com 56, com a sua doença diagnosticada, sendo medicada, com dois filhos, e, vivendo uma vida tranquila, na localidade de Malibu, na Califórnia: "Estou bem agora. Mas foram vinte anos de luta e sofrimento para chegar até aqui", disse ela.

A repórter perguntou-lhe: "Por que a senhora resolveu falar, publicamente, sobre a sua doença?"

L.H.: "Passei vinte anos da minha vida lutando contra uma doença que eu simplesmente não conseguia entender. Foram muitos diagnósticos errados até hegar à recuperação. Passou a ser muito importante para mim dividir - não a tristeza, o choque e o mal-estar em que estive mergulhada boa parte da minha vida -, mas o lado bom do tratamento que é encontrar o equilíbrio. Achei que podia salvar as pessoas que como eu sofrem de doenças mentais."

Repórter: "Como é saber que se depende de uma medicação para o reso da vida? Isso a incomoda?"

L.H.: " De jeito nenhum. Inclusive porque conheço bem a alternativa: VIVER COMO EU VIVI DURANTE QUASE QUARENTA ANOS, NO LIMITE DA LOUCURA. Horrível seria saber que eu teria de conviver com uma doença não diagnosticada e não tratável pelo resto a minha vida. Não sei de onde tiraria forças para conseguir isso. Remédio e tratamento psicológico não são um problema para mim. SÃO A SOLUÇÃO".

R.: "Como eram os seus episódios de eurforia?

L.H.: "Eu basicamente não precisava dormir. Achava que tinha as melhores idéias do mundo para qualquer tipo de assunto. Que podia levantar bandeiras de campanhas impossiveis. Nesses momentos, eu era uma pessoa feliz e excitadissima pelo fato de estar viva. TRATA-SE DE UMA GRANDE EXPLOSÃO DE ALEGRIA MAS QUE É IRREAL"

R: "A senhora teve pensamentos suicidas?"

L.H.": Não exatamente,........embora houvesse vezes em que eu simlpesmente não quissesse mais viver......Não necessariamente para me matar, mas para fugir de uma situação muito dolorosa".

R:"Como foi a sua infância?"

L.H." Foi uma infância normal até certo ponto. Perdi meu pai, que era médico, quando eu tinha 5 anos de idade, em um acidente de carro............Eu tentava o tempo todo fazr coisas para me diferenciar, para criar a minha própria identidade.......tive uma infância normal, apesar de tudo acontecido. Mas havia também um pouco de tristeza e solidão na minha vida. ......Já era depressão, mas ninguém se dava conta"

R: "Seu pai também foi diagnosticado omo bipolar"

L.H." Sim, mas naquele tempo o distúrbio era chamado de psicose maníaco-depressiva. Ele tinha alterações de humor extremas. Certamente há um componente genético nessa doença. E as estatísticas mostram isso."
......minha irmã, Leslie sofre com doenças crônicas do sistema imunológico. Talvez seja uma somatização do distúrbio".

R:" A senhora fez terapia durante vinte anos"

L.H."......para chegar até aqui, tentei terapia de todo tipo. Algumas foram desastrosas, inclusive, por falta de disposição minha.......Hoje, olho para trás e entendo 100% do que um deles  (o terapeuta) tentava me fazer ver. Ele queria que cada um cria a sua própria realidade".

R:"S senhora defende um programa de bem-estar para doentes mentais"

L.H." É importante que as pessoas com doenças mentais não cuidem só da cabeça. Esses paientes vivem, em média, de oito a vinte anos menos. É preciso encorajá-los a ter um estilo de vida mais saudável. Parte do programa de recuperação que defendo é desenhada para combater os efeitos colateriais dos remédios com boa alimentação e exercícios físicos. Os mediamentos podem ser incrivelmente efeitivos, mas também deastadores por causa dos efeitos coleterais". Na década de 40, no Rio de Janeiro, uma médica, a primeira mulher formada nessa profissão, pela PRIMEIRA ESCOLA DE MEDICINA DO BRASIL, A DA BAHIA, EM UMA TURMA DE MAIS DE CINQUENTA HOMENS, implantou um método de terapia para pessoas portadoras de doenças mentais, no hospital Juliano Moreira, onde eram tratados como restos humanos, preparados para morrerem, ou seja, todos foram incentivados a fazerem desenhos e pinturas; o sucesso foi tanto que muito deles receberam baixas hospitalares, indo morar com os seus familiares; os que ficaram lá, prepararam verdadeiras obras de arte, e, com elas, diminuiram os estados psíquicos de quase loucura, onde essas telas correram o mundo, em exposições, em Países como França, Inglaterra, Itália, Espanha, e, em seguida, os Estados Unidos da América! Leiam, neste blogdopovão,um artigo sobre essa maravilhosa mulher, acho que foi em 2011!

E, concluiu com uma sua frase: "Lembro que uma vez James (Cameron, seu ex-marido) me disse: 'Eu gosto da Linda que deixo pela manhã, mas nunca tenho certeza de quem eu vou encontrar em casa à noite"!

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